Não há escolha sem perda 🎭
- Maria Carolina Passos
- há 3 dias
- 1 min de leitura
Você já se viu paralisado diante de uma escolha? Seja das grandes, como: seguir infeliz no emprego relativamente bem remunerado, ou apostar em uma nova carreira (que a princípio não vai pagar as contas)? Ou das escolhas do dia a dia: moldar-se ao outro e manter a paz, ou confrontar e encarar o mal-estar que isso pode provocar?
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O que nem sempre se percebe - e dói admitir - é que toda escolha implica em perda. Ao dizer “sim” para um caminho, inevitavelmente dizemos “não” para outras possibilidades. Não é possível ter tudo. Esse é um dos grandes dramas do desejo humano.
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Freud já apontava que o sujeito é dividido. Queremos, mas não sabemos exatamente o quê. Desejamos, mas o desejo nunca se satisfaz por completo.

A fantasia de que é possível escolher sem perder nada é infantil, e permanecer nela só faz crescer a angústia. Por isso, escolher é sempre um ato de renúncia.
A psicanálise não ensina a escolher “certo”; ela aposta que, ao escutar o que nos move (e também o que nos trava), talvez possamos sustentar uma escolha como nossa, ainda que ela venha com perda.
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Porque não se trata de escolher o melhor. Mas de tomar uma decisão, agir, mesmo sabendo que outra coisa ficará pra trás.
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Sofrer com essa perda não é sinal de fraqueza. É só o efeito inevitável de escolher, sem garantias, o que toca alguma verdade em nós.
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