"Quem sou eu?"
- Maria Carolina Passos
- há 1 dia
- 1 min de leitura
Você consegue responder um simples "quem sou eu"?
Alguns dizem: “sou mãe”, “sou engenheiro”, “sou gay”, “sou advogada”, “sou estudante”, “sou libriano”... Outros hesitam. Ou se sentem desconfortáveis. Alguns se perdem. Outros preferem se esquivar.
Mas o que exatamente essa pergunta provoca em você?
Assusta? Confunde? Ou te cutuca, como quem quer te tirar do lugar?

Na visão psicanalítica, o “eu” não nasce pronto. Ele se constrói - na relação com o outro, nos espelhos em que nos vimos e ainda nos vemos. Freud já dizia: o Eu é, antes de tudo, um Eu corporal. Mas também é, sobretudo, um produto de identificações.
Identificações com figuras que amamos ou admiramos. Com quem nos criou. Com quem nos feriu. Com quem invejamos ou rejeitamos. Nos tornamos um emaranhado de traços que colhemos ao longo da vida, conscientes ou não.
Então, quando alguém pergunta “quem é você?”, talvez uma resposta mais honesta seja:
🗣️ “Depende… de quem me olha, de quem eu olho, e de quem (ainda) me habita.”
A psicanálise não oferece rótulos. Mas pode te ajudar a ouvir com mais profundidade o que fala através de você - e, quem sabe, te aproximar do enigma que é ser você mesma(o).
💬 E em ti, o que essa pergunta evoca?
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