A felicidade e o alívio das tensões 🧐 uma reflexão freudiana para os nossos tempos
- Maria Carolina Passos
- 8 de jul.
- 2 min de leitura
O que chamamos de felicidade deriva, em grande medida, do alívio de tensões. Parafraseando Freud em O Mal-Estar na Civilização (1930)
No ritmo frenético da vida contemporânea, onde felicidade virou promessa de plenitude constante - e fonte de frustração contínua - essa fala de Freud ecoada há quase 100 anos ressoa com uma clareza impressionante! Vamos pensar juntos: o que buscamos incessantemente, seja nas redes sociais, no trabalho ou em nossas relações, não é, muitas vezes, uma forma de aliviar alguma pressão interna?
A psicanálise ensina que somos movidos por pulsões, por desejos, e a sua não-satisfação gera tensão. Sabe aquele alívio que sentimos ao finalmente responder uma mensagem importante, ao concluir um projeto desafiador, ou ao simplesmente nos permitir um momento de descanso após um dia exaustivo… isso pode representar a essência da felicidade em seu sentido mais primário. Não é a ausência de problemas, mas a diminuição da intensidade de um acúmulo.
No Instagram, onde a busca por ‘felicidade’ muitas vezes se traduz em um excesso de positividade irreal, vale a pena pausar e refletir se estamos buscando a satisfação genuína de nossas tensões internas, ou apenas uma fuga superficial. Será que estamos construindo algo que verdadeiramente nos alivia, ou apenas mascarando o desconforto com validações externas?
A verdadeira felicidade, na perspectiva freudiana, não é um estado permanente, mas um episódio - da sua própria série. Um momento de quietude, de gratificação, que surge justamente do escoamento de uma energia represada.
No setting analítico, somos convidados a sentir e compreender nossas tensões, pra que o alívio que buscamos seja autêntico e profundo. E, curiosamente, ao sustentar esse processo, às vezes a felicidade aparece. Não como meta, mas como efeito 😌




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