Inconsciente ≠ Subconsciente
- Maria Carolina Passos
- 17 de jul.
- 2 min de leitura
Frequentemente, os termos ‘inconsciente’ e ‘subconsciente’ são usados de forma intercambiável no senso comum (e tudo bem!), como se fossem sinônimos. Mas, na clínica psicanalítica, essa distinção é muito mais do que semântica. Pra ir direto ao ponto: a psicanálise não opera com o conceito de "subconsciente".
O SUBconsciente é uma ideia mais associada a outras correntes da psicologia, referindo-se a conteúdos mentais que estariam abaixo do limiar da consciência, mas que podem ser facilmente acessados. Pense em algo que você sabe, mas não está pensando ativamente agora - como seu endereço ou um número de telefone antigo.
Para Freud, o INconsciente é uma instância completamente diferente, e é o cerne da psicanálise. Não fica "embaixo" e subalterno à consciência, mas autônomo, com uma lógica própria e, muitas vezes, paradoxal à nossa razão consciente. Uma dimensão do ser que escapa à vontade e racionalidade, onde se abrigam desejos, fantasias, traumas e mecanismos que influenciam nossa vida sem que tenhamos controle direto.

O inconsciente não é um depósito de arquivos que podemos abrir quando queremos. Ele se manifesta de formas sutis e simbólicas: nos sonhos, nos lapsos de linguagem, nos sintomas, nas escolhas que fazemos, e até mesmo nos nossos silêncios. É um campo de forças em constante movimento, que atravessa o sujeito, sustentando suas singularidades, repetições e conflitos internos.
Compreender a profundidade e a autonomia do inconsciente é dar o primeiro passo para se aproximar das complexidades do próprio psiquismo. É um convite à escuta de si mesmo, não apenas do que é dito, mas do que pulsa nas entrelinhas.
🙉 O que o seu inconsciente tem tentado dizer ultimamente?




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