Viés de confirmação: como isso afeta sua análise?
- Maria Carolina Passos
- 18 de mar.
- 1 min de leitura
Já notou como, em teorias da conspiração, as pessoas têm uma tendência a enxergar só o que confirma suas crenças? Quem acredita que a Terra é plana, por exemplo, sempre encontrará "provas" disso, frequentemente menosprezando evidências científicas contrárias. Esse fenômeno, oriundo da psicologia cognitiva, tem nome: viés de confirmação.

Mas será que isso acontece na terapia psicanalítica?
Embora o termo 'viés de confirmação' não seja diretamente empregado na psicanálise, seu conceito pode ser observado na prática clínica de diferentes formas. O analisante pode reforçar padrões inconscientes ao interpretar suas experiências sempre da mesma maneira, evitando insights que levariam a novas compreensões. Para ilustrar melhor: pode insistir que "sempre" é rejeitado ou que "nunca" é reconhecido, ignorando momentos e até relatos próprios que contradizem essa crença.
Do outro lado, o analista também precisa estar atento pra não escutar o sujeito apenas a partir de hipóteses diagnósticas, correndo o risco de reforçar narrativas já estabelecidas, em vez de abrir espaço para novos significados.
Por isso, a análise propõe desestabilizar certezas. Só ao questionar aquilo que parecia inquestionável é que conseguimos reconhecer padrões repetitivos e criar novas formas de estar no mundo. Já dizia Freud: "nunca tenha certeza de nada, porque a sabedoria começa com a dúvida."
🫵 E você, lembrou de algum momento em que só buscava ouvir aquilo que reforçava o que já acreditava - ou em que queria acreditar? Se quiser ajuda pra identificar e romper esses mecanismos, fale comigo!
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